Década de 50
Os
anos 50 do município de Glória de Dourados forma marcados pelo pioneirismo e a
coragem dos colonos imigrantes que aqui se instalavam para a construção de seu
futuro.
Abertura
das picadas em meio à mata virgem, a demarcação dos lotes e do local onde se ergueria
a futura cidade, o estabelecimento das primeiras lojas comerciais de secos e
molhados, e a preocupação dos primeiros moradores com os serviços básicos
marcaram o inicio de uma história de lutas, dificuldades, desafios e de muitas
vitórias.
Foi
no dia 20 de maio de 1956, um domingo, que mais ou menos 300 colonos invadiram
a área destinada a construção de futura sede do município e começaram a
fundação da cidade.
Após
a construção da primeira casa, o “Bahia Hotel”, os colonos seguiam balizando o
alinhamento das futuras ruas, seguindo um planejamento prévio demarcando:
praças, jardins, igreja, hospital, cadeia pública, campos de futebol,
aeroporto, cemitério...
A
primeira capela da Igreja Católica construída no ano de 1956, media 6 x 9
metros, e foi doada à comunidade pelo Sr. Antonio Tonani, na época o dono do
“Jornal de Dourados”. É neste local que se encontra atualmente a igreja matriz
da Nossa Senhora da Glória.
O
lançamento da pedra fundamental da cidade aconteceu no dia 27 de dezembro de
1957, em meio a grande euforia dos colonos participantes. Ao encerrar o seu
discurso, o orador do dia, padre Aguiar, disse: “Esta ainda será a Glória de
Dourados”. Dai, surgiu o nome da cidade.
Década de 60/70
A
década de 60 foi marcada pelo rápido estabelecimento das demais estruturas
básicas de serviços e apoio à população, que crescia a passos acelerados.
A
certeza de um fruto promissor já imperava no imaginário dos moradores. A luta
pela emancipação político-administrativa, a instalação de agencias bancárias, a
primeira cooperativa, a abertura de estradas e a construção do aeroporto
municipal foram assuntos do dia para os moradores da época.
A
instalação de 1° posto de gasolina aconteceu no dia 15 de junho de 1961, “Posto
Central Atlantic”, devido já a grande demanda pelo combustível. No ano
seguinte, no dia 13 de junho de 1962, era inaugurada a escola Ginasial 7 de
Setembro, oferecendo o ensino de 2° grau. No dia 1° de fevereiro de 1964, era
inaugurado o aeroporto municipal com o pouso de um avião de pequeno porte, com
uma comitiva vinda de Dourados, no intuito de lançar a “Pedra Fundamental” da
prefeitura municipal de Glória de Dourados.
A
luta pela emancipação político-administrativa ganhava força, e os esforços de
todos culminou com a criação de lei n. 1941, do município de Glória de
Dourados, no dia 11 de novembro de 1963.
A
primeira eleição no recém criado município aconteceu no dia 4 de abril de 1964,
sendo eleito o primeiro prefeito de glória de Dourados, sr. José de Azevedo.
Nesta
década, a produção agrícola era intensa, (arroz, amendoim, milho, algodão
etc.), favorecida pela condição natural dos solos, que permitiam altas
produtividades. A dificuldade estava em escoar a produção; as estradas ainda
eram precárias e os meios de transporte eram problemas a serem resolvidos. Aos
poucos compradores de cereais foram se instalando na localidade.
Em
26 de outubro de 1966, devido às características do desenvolvimento agrícola,
foi aberta a ACARMAT (Escritório de Crédito e Assistência Rural). E a primeira
cooperativa mista de Glória de Dourados foi fundada no dia 15 de novembro de
1968.
Outro
avanço fundamental em termos municipais foi a criação da Comarca de Glória de
Dourados, criada pela lei n. 2889, de 12 de novembro de 1968, instalada no ano
seguinte, sendo seu primeiro juiz o dr. Nildo de Carvalho.
Década de 70/80
O fato
marcante desta década foi a expansão ainda maior na produção agrícola, com
vários produtos, sendo que, em 1971, o município chegou a produzir 1.630.000
sacas de amendoim, além de expandir a produção de algodão, café e feijão. Esta
realidade é comprovada pela conquista e instalação necessária no município de
um armazém da CIBRAZEM, com 2.000 m² de área construída.
Foi
também esta década marcada por dois fatores naturais que ajudaram a mudar os
rumos da história. Em 1972, surge uma grande erosão, “buracão” no centro da
cidade onde foi preciso a atuação conjunta de toda a população para frear seu
desfecho, o que fortaleceu a união em comunidade; e em 1975, a grande geada
preta, que assolou e dizimou a cultura do café no município, que levou muitas
famílias a repensarem seu futuro em Glória de Dourados.
Apesar
dos desafios impostos, a comunidade seguia em frente, inovando e vencendo as
barreiras.
A
década de 70 também presenciou a instalação de diversas estruturas de apoio ao
novo município, como: energia elétrica, telecomunicações – telemat, uma
biblioteca pública, o Sindicato dos Trabalhadores Rurais, agências bancarias, o
semanário “O Candango” e o Clube Recreativo Caiçara.
Década de 80/90
O
final da década de 70 e o início da década de 80 foi marcado pelo fenômeno
conhecido como êxodo rural, onde grande quantidade de famílias deixavam os
lotes na busca por novas oportunidades em outras regiões. A cidade de Glória de
Dourados acostumada com um bom ritmo de crescimento, viu sua população diminuir
drasticamente, também, também pelo desmembramento do distrito de Deodápolis,
que passara à categoria de município.
Foi
necessário pensar em novas opções de atividades econômicas para o município e
um arrojado trabalho na organização social dos produtores, capaz de enfrentar a
falta de sustentabilidade das propriedades, devido à diminuição da capacidade
produtiva dos solos.
Glória
de Dourados passa a cotar com mais de 15 associações de produtores, organizados
por produtos e/ou outros objetivos comuns.
Foi
criado, no ano de 1983, o DEFAP (Departamento de Fomento Agropecuário) que
coordenou vários programas de interesse econômico e social. A sericicultura se
firma como atividade econômica com aproximadamente 300 produtores envolvidos,
fazendo de Glória de Dourados o maior produtor de seda do estado.
A
melhoria do padrão genético do rebanho leiteiro foi trabalhada nesta década,
com a importação de mias de 4.000 matrizes de gado da raça holandesa de
Argentina e do Uruguai.
Os
produtores, na luta pela melhoria, transformaram o município na bacia leiteira
mais tecnificada, alcançando o título de “Capital do Leite de MS”.
No
ano de 1984, como forma de mostrar ao público as potencialidades do município,
foi criada a FEMIC – Feira de Integração Comunitária, um grande evento festivo
da comunidade gloriadouradense (precursora da EXPOGLÓRIA).
Década de 90/2000
Dentro de uma
nova realidade, p município passa a se dedicar a criação de novas oportunidades
de diversificação de atividades econômicas junto aos produtores, visando a
sustentabilidade do município> Houve muito incentivo para que o produtor
pudesse ter mais que uma atividade geradora de renda. No ano de 1991, a criação
da Unidade de Ensino da UEMS trouxe novas expectativas para os jovens
potenciais do local. Esta unidade, hoje com sede própria, se consolida como
polo de cursos tecnológicos. As parcerias com empresas integradoras nas áreas
de avicultura e suinocultura também têm transformado o município num dos
maiores produtores de carne de frango e suínos da região. Em busca da
sustentabilidade para os pequenos produtores, no final de década de 90 começa a
implantação de um projeto para a produção do café orgânico. No ano de 2000,
fundam a APOMS – Associação dos Produtores Orgânicos de Mato Grosso do SUL.
2000/2013
Glória de
Dourados, apesar de sentir a influência do setor sucroenergético, que domina o
sul do estado, segue com seu planejamento estratégico no sentido de continuar
apoiando a produção do seus agricultores familiares.
A
produção de leite tem alcançado as maiores produtividades por animal do estado,
e a avicultura de corte e a suinocultura industrial encontraram ambiente
favorável ao seu estabelecimento.
A
partir de 2000, o município passa a contar com uma planta industrial de
processamento da mandioca, oferendo novas alternativas econômicas aos
produtores. Hoje, o município abriga dois assentamentos da Reforma Agrária: o
assentamento Aimoré (INCRA), com 45 famílias, implantado em 2008, e o
assentamento Estrela do Sul (crédito Fundiário), com 16 famílias, que foi
instalado em 2009. A chegada dessas novas famílias no setor produtivo rural tem
contribuído com o aumento de uma produção diversificada, principalmente no
setor de hortifrutigrangeiro, com produtos comercializados nas feiras semanais
da região.
A
partir de 2011, a experiência de piscicultura em tanque revestidos de lona, aos
poucos ganha novas adesões, na medida em que já se contabiliza positivos desta
atividade.
Como
há 50 anos atrás, os desafios para o progresso de Glória de Dourados continuam,
com a mesma coragem e determinação herdada dos bravos pioneiros.
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